Estudo na Rússia para cidadãos argentinos

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O ensino superior russo continua sendo muito procurado na Argentina, apesar da ausência de um acordo intergovernamental sobre o reconhecimento mútuo de diplomas e títulos. Esse influencia em grande parte o facto de que os candidatos argentinos, na maioria das vezes, já têm um diploma de bacharel e se inscrevem em programas de mestrado e pós-graduação. Olga Muratova, directora da “Casa Russa” em Buenos Aires, nos conta por que os argentinos vêm estudar na Rússia e que áreas escolhem.

A Rússia e a Argentina não têm um acordo intergovernamental sobre o reconhecimento mútuo de documentos educacionais, embora trabalhos nesse sentido estão realizados nos últimos anos. Por esse motivo, o escritório da Rossotrudnitchestvo, ao conduzir a campanha de admissão, enfatiza principalmente as vantagens dos estudos de mestrado e pós-graduação nas universidades russas. Nesse caso, os graduados argentinos, ao voltarem para casa, têm a oportunidade de trabalhar em sua especialidade, pois sua primeira educação superior é uma prova de suas qualificações. Ao mesmo tempo, eles podem colocar em prática os conhecimentos adquiridos em nível de mestrado e pós-graduação, mesmo que o processo de reconhecimento de um documento russo leva muito tempo.

Será mais difícil para aqueles que recebem sua primeira educação encontrar um emprego quando voltarem para casa, pois primeiro terão de passar pelo complicado procedimento de confirmação de seu diploma russo. Deve-se notar que, para muitas pessoas, isso não é um obstáculo ao sonho de estudar na Rússia. Além disso, há muitas empresas, por exemplo, no sector de TI, que valorizam não tanto os diplomas, mas o conhecimento real que oferecem as universidades russas. Além disso, nem todos os argentinos retornam após concluir seus estudos. Eles encontram empregos de prestígio sem muita dificuldade e ficam para viver na Rússia.

Educação gratuito

Nos últimos anos o Governo da Federação Russa aloca uma cota de 30 vagas para argentines que desejam estudar na Rússia. Cada ano cerca de 100 pessoas se registram no site oficial para selecção de candidatos education-in-russia.com. Os pretendentes para a cota devem preencher os dados necessários, carregar uma copia de passaporte e documento com notas e enviar uma solicitação de treinamento.

Para a maioria de argentines a opção preferida e estudar com a cota do Governo da Federação Russa. Não admira, dado que só uma passagem de avião de Buenos Aires a Moscou já custo muito caro.

Candidatos argentines passam uma primeira selecção em seu pais a Buenos Aires. O grupo de trabalho inclui  representantes da Embaixada da Federação Russa, Missões comerciais, Rossotrudnitchestvo, Ministério da Educação de Argentina, universidades e empresas russas, em particular a companhia estatal Rosatom que aloca uma cota para educação no campo de energia nuclear. Cada candidato é entrevistado. O grupo de trabalho avalia a motivação do candidato, seu interesse na especialidade ou no campo científico escolhido, o nível de conhecimento do idioma russo e o conhecimento geral da cultura e da história russas. Não é necessário nenhum preparo especial; o desejo de ir para a Rússia e um interesse sincero em nosso país são suficientes.

O concurso de documentos educacionais tem mais peso do que a entrevista. Aqui, não apenas o desempenho académico geral é levado em conta, mas também as notas em matérias especializadas relevantes. Se o candidato quiser se matricular em programas de graduação e especialização, as realizações individuais também são levadas em conta: participação em vários projectos, concursos, fóruns e conferências. Os candidatos que se inscrevem em programas de mestrado e doutorado recebem pontos adicionais por publicações científicas e cartas de recomendação da universidade russa indicada na inscrição como prioridade.

Especialidades populares

Notamos um interesse crescente para treinamento no âmbito de programa “Relações internacionais” na Rússia. Consideramos este facto muito importante, dada a intense guerra de informações em que o mundo se encontra.

Mais e mais argentinos querem ouvir a posição da Rússia e fortalecer relações com o nosso pais no mundo. O mesmo pode ser dito sobre o desejo de estudar gestão, economia e finanças na Rússia. E isso não e surpresa, porque a economia da Rússia, ao contrário de todas as previsões, sobreviveu apesar das várias sanções de todos os lados. Há um interesse crescente no estudo da tecnologia da informação.

Ao mesmo tempo argentinos pelo terceiro ano consecutivo têm se candidatado activamente a programas médicos. Esse facto pode ser considerado como um reconhecimento das conquistas da ciência russa no campo da medicina. Gostaria de lembrá-los de que a Argentina foi o primeiro país da América Latina a aprovar o uso da vacina russa contra o coronavírus. E os argentinos comuns ainda se lembram desse facto com gratidão até hoje.

Cada ano também há uma procura pelas especialidades criativas. A língua russa não está em último lugar nas preferências dos cidadãos argentinos. Sempre há aqueles que desejam se dedicar profissionalmente à linguística e à filologia, para adquirir conhecimento e aprimorar suas habilidades como tradutores e professores de russo.

Nos últimos anos a “Casa Russa” em Buenos Aires realiza regularmente apresentações da educação russa “Tempo estudar na Rússia” com participação de universidades russas e estudantes argentinos que partilham suas impressões sobre estudo nas nossas universidades. Este ano foram realizadas visitas de professores da Universidade Federal dos Urais e da Universidade Electrotécnica Estadual de São Petersburgo a Argentina.

As escolas argentinas também receberam uma apresentação do programa on-line LETIteach para futuros engenheiros, que permitiu que potenciais candidatos recebessem treinamento gratuito em quatro disciplinas: matemática, física, ciência da computação e língua russa. Além disso, informações sobre universidades russas e oportunidades educacionais na Rússia são publicadas nos recursos oficiais da Internet do escritório de representação, bem como no site do governo argentino, na seção do Ministério da Educação.

14.12.2023
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